MINHA TRAJETÓRIA NO VÔLEI…

Nasci em Curitiba e fui criada em Paranaguá e por isso considero esta última minha cidade do coração. Foi lá que comecei minha vida esportiva numa escolinha de voleibol, aos 10 anos de idade. Na minha casa tive a influência da minha tia e do meu pai, que jogavam. Eles não viveram do esporte, mas as bolas de vôlei sempre estavam ao meu redor. Aos 15 anos fui morar em Curitiba novamente onde defendi o Clube Banestado. Aos 17 fui tentar a sorte em São Paulo e joguei a temporada no Clube Paulistano.

O vôlei de praia entrou na minha vida por acaso. Estava de ferias em Paranaguá, quando uma amiga me chamou para bater uma bolinha nas areias. No começo achei meio estranho…areia, sol, suor pra caramba kkkk e uma quadra enorme para só duas pessoas. Mas rapidamente me apaixonei pelo esporte, assim que começamos a competir em torneios pelo interior do Paraná em 2002. Shirley então foi minha primeira parceira. Eu estava com 18 anos na época.

Neste mesmo ano me mudei para Curitiba e tive mais duas parceiras, a Sueli e a Cíntia. Entretanto eu sentia que precisava de uma estrutura melhor e por isso me mudei para Itapema-SC. Lá eu fiz parceria com a Bruna e com a Andréa Teixeira. Foi neste período que passei pela primeira vez do qualifing no Circuito Brasileiro. Uma alegria imensa. Comecei a me destacar e no final de 2004 me “candidatei” a vaga de parceira da Sandra Pires. Como assim? Pois é, fui ousada e mostrei pra medalhista olimpica que estava disposta a ir morar no Rio de Janeiro, pra jogarmos juntas. Ela topou, maravilha! Começamos então a parceria no Rio de Janeiro em 2005, eu com 21 anos e ela com 31 anos. Uma parceria que me abriu muitas portas. Comecei a jogar o Circuito Mundial naquele ano, a mídia me conheceu, tive uma equipe voltada apenas para o nosso time. Considero que ali foi um marco. Ali me vi profissional pela primeira vez.

Em 2006 a parceria acabou e eu iniciei uma dupla com a Shaylyn. Nosso time ficou junto por 3 anos. Jogamos nacionalmente e internacionalmente, mas foi no Brasil que mais nos destacamos.

Em 2008 criei meu Projeto Social em Paranaguá. Um projeto lindo, que faz a diferença na cidade e que eu amo demais.

Em 2009 e 2010 novas mudanças aconteceram. Passei por uma fase de “vou tentar ser defensora”. Nestes anos joguei com a Isabela Maio, com a Elize e com a Raquel. Não foram anos bons de resultados e jogamos muito pouco internacionalmente. Em compensação na área do amor, conheci nesta época o Renan, que hoje é meu marido. De quebra ainda “ganhei” um preparador físico e um companheiro pra dividir os sonhos.

2011 começou e minha nova parceira era a Luiza Amélia. No mesmo ano a Bárbara me chamou para jogar. Iniciamos ali uma parceria muito vencedora, que finalizou em 2016, depois da Prata nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Neste período conquistamos títulos bem legais, como o ouro na Copa do Mundo em 2015, por exemplo. Foi também neste período (2014), que eu me tornei Terceiro Sargento da Marinha. Uma grande honra para mim!

Para finalizar o ano de 2016 chamei a Carol pra jogar e fui me reestruturando para o novo ciclo.

2017 iniciou e também um novo objetivo se criou: conquistar a vaga para os Jogos Olímpicos em Tokyo. Para esta primeira meta da caminhada, convidei uma jovem de 18 anos para jogar, a Duda. Ela com 18 anos e eu com 33 anos iniciamos no dia 4/1/2017 nosso time. Quanta novidade para as duas! Começamos já com vitória nossa trajetória, vencendo a etapa de João Pessoa (cidade que amo), no Circuito Brasileiro. Desde então tivemos resultados bem expressivos, como ouro e prata no Word Tour Finals, vários pódios nacionais e internacionais e ouro no SuperPraia por exemplo. Em outubro de 2019 oficialmente foi divulgada nossa principal conquista do ano: a vaga para as Olimpíadas em Tokyo!

Escrever estas linhas resumidamente como fiz, não foi uma tarefa fácil. Estamos falando de 26 anos da minha vida dentro do esporte. Nem mencionei pessoas que estiveram comigo nesta caminhada, como minhas comissões técnicas por exemplo. E falei rapidamente das minhas parcerias também. 

Mas ok, já deu pra você ter uma boa noção desta trajetória. Lógico que a história é muito mais profunda e intensa. Acho que toda a história de um atleta de alto rendimento tem muita coisa legal pra ser dividida. Quem sabe um livro no futuro? Pode ser. Mas por agora te convido a continuar acompanhando as próximas páginas em branco…acredito que coisas muito boas ainda estão por vir!